domingo, 13 de fevereiro de 2011

Uma tarde de Outono

Depois de uns afazeres, ao final da manhã de sábado, rumei para os lados de Santarém para almoçar com os meus pais. Estava um dia frio. Muito frio. Mesmo assim, depois de almoço, resolvi dar uma voltinha pelo campo e espreitar a natureza, o que nasce, o que morre, o que renasce ... enquanto, o Ricardo acendia a lareira, que nos fez companhia durante toda a tarde e parte da noite.

As folhas amarelecidas são sinal de despedida. O Outono revela-se o fechar de um ciclo. Terminam os sinais do Verão, e por entre as chuvas e o frio, começa uma outra fase, de adormecimento, mas também de vida. Já dissemos adeus aos marmelos, ao tomate, aos figos, às abóboras e às uvas.

As aboboreiras envaidecidas pelas chuvas, continuam a dar flor por entre as ervas que crescem desenfreadas e a formar fruto, mas acabarão por ser arrancadas à vida, pelo frio das primeiras geadas, que tudo cobrem de branco.

Os figos, alguns teimam em não partir, como um animal pequeno que se prende ao conforto da mãe.

Agora é tempo de azeitona, de azeite ...

... de laranjas e de tangerinas, que com o seu perfume, intenso, ácido, nos chamam para que as provemos.

Quando visito um pomar, não resisto ao chamamento das árvores e dos frutos. E desta vez não foi diferente. Mesmo com o frio cortante, acabei por desprender das árvores duas tangerinas e saboreei-as ali mesmo. É curioso, como um local, como um momento nos condiciona e altera o sabor. Nenhuma fruta me sabe tão bem, como a apanhada por mim.

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